Carlos Lupi deixou o comando do Ministério da Previdência Social após vir à tona um esquema bilionário de fraudes no INSS. As investigações da Polícia Federal revelaram que mais de R$ 6 bilhões foram desviados de aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos feitos sem autorização, principalmente por sindicatos e associações conveniadas.

Lupi, homem de confiança do presidente Lula, já havia sido alertado sobre as irregularidades desde 2023, mas não adotou providências eficazes. A omissão gerou forte desgaste político e acelerou sua saída do governo.

Um dos sindicatos envolvidos nas fraudes é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde ocupa cargo de vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico — irmão do presidente Lula. A entidade é apontada como uma das que mais se beneficiaram dos descontos ilegais, tirando dinheiro diretamente dos aposentados.

O impacto sobre os beneficiários foi severo: muitos idosos viram seus benefícios reduzidos a ponto de terem dificuldade para comprar remédios, alimentos e arcar com despesas básicas.

Diante da gravidade do caso, parlamentares da oposição iniciaram a coleta de assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar a corrupção no INSS e a possível conivência de autoridades do governo.

O escândalo expõe falhas graves na fiscalização e levanta suspeitas sobre a influência política em órgãos que deveriam proteger os mais vulneráveis. A expectativa agora recai sobre a atuação do Congresso e das autoridades de controle para garantir responsabilização e impedir novos abusos.