Liberdade ainda que tardia

Ame como se fosse o último dia de sua vida

“Sempre que sentir as dores de perder algo, não o reconheça como uma parte de você, mas como um vidro quebrável, para que, quando acabar, você se lembre disso e não se preocupe. Da mesma forma, sempre que você beijar seu filho, irmão ou amigo, não coloque nesse ato todas as coisas que você pode desejar, mas segure-os e pare-os, assim como aqueles que cavalgam atrás de generais triunfantes e os lembram que eles são mortais. Da mesma forma, lembre-se de que tudo aquilo que considera precioso não é um de seus bens, mas algo dado por agora, e não para sempre.”

EPICTETUS, DISCURSOS, 24.3.84-86

Olhe bem pra quem você ama. E pense que esse pode ser seu último olhar. Afinal, você sabe, a vida é frágil. Ter consciência disso pode reinventar nossas relações. E ao mesmo tempo nos fazer refletir e nos concentrar nas pessoas que realmente importam.

Um dos pensadores mais lidos de nosso tempo definiu nossa época como “líquida”. Amizades baseadas em redes sociais, por exemplo, são descritas por Zygmunt Bauman dessa maneira:

“Acho que a atratividade da amizade “tipo Facebook” é de que é muito fácil se desconectar.”

Zygmunt Bauman

Compare agora com o fato descrito pelo filósofo Epictetus, do começo do artigo. Ele descreveu uma das cenas típicas de um império romano ainda glorioso e invencível. Após conquistas, a maioria do povo de Roma aguardava seu “campeão” nas ruas da cidade. Eles tinham seus olhos grudados ao general vitorioso na frente – um dos lugares mais cobiçados durante o império. Porém, apenas alguns notariam o ajudante nas costas, bem atrás do comandante, sussurrando em seu ouvido, “Lembre-se, você é mortal.” Que lembrete para se ouvir no auge da glória da vitória!


Em nossas próprias vidas, podemos treinar para ser aquele sussurro. Quando há algo que prezamos – ou alguém que amamos – podemos sussurrar para nós mesmos: ele, ou ela, é frágil, mortal e não verdadeiramente nosso. Não importa o quão forte ou invencível algo pareça, nunca é. Devemos nos lembrar que ele pode se quebrar, morrer, ou nos deixar.

Da próxima vez que cantar “Pais e filhos” da Legião Urbana, talvez os versos de Renato Russo ganhem ainda mais significado:

“É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar pra pensar
Na verdade não há”


O sentimento de perda é um dos nossos medos mais profundos. Ignorância e fingimento não tornam as coisas melhores. Eles apenas significam que a perda será ainda mais chocante quando ocorrer. Então aproveite. Ame o quanto pode, e enquanto ainda há tempo.

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Marcel Souza

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